quarta-feira, 23 de janeiro de 2019


Hoje estou tendo um dia ruim.

Engraçado, faz tanto tempo que as pessoas pararam de perguntar, de se importar...
Há sempre a expectativa (ou impressão) de que sou feita de aço e que nada nesse mundo me abala.
A cobrança é grande, não maior que a carga que carrego nos ombros.
Desculpe se os desaponto: Não sou a Mulher Maravilha. Não sou de pedra.
Tenho o coração mole, sensibilidade à flor da pele e me sinto fraca muitas vezes. Mas é que choro baixinho para não incomodar, para as crianças se sentirem seguras ao meu lado.
Acontece que às vezes eu desabo. Preciso de colo, carinho, abraço... de alguém para conversar. Mas não posso.
Tenho que correr para conseguir chegar cedo ao trabalho, e ao chegar em casa as crianças precisam de mim. Eu tenho que estar bem.
Não posso demorar no banho, preciso me segurar para não ir ao banheiro, eles precisam de mim. 
Os afazeres vou fazendo aos pouquinhos, enquanto eles dormem. Com eles acordados eu sempre fico ao lado... eles precisam de mim.
E a noite, cansada e desolada do estresse de um dia corrido, tenho que estar bem. Meu esposo trabalhou o dia inteiro e chegou muito cansado... precisa de mim.
E eu, muitas vezes querendo ser notada, compreendida, olho para o lado e não vejo ninguém.
Preciso me fazer de forte, não vou incomodá-los com meus problemas... eles precisam de mim.

(Carol Gondim)

sábado, 5 de maio de 2018



















Segredo

Vou te contar um segredo
A criança que existe em mim
Tem medo

Medo de envelhecer
E ser esquecida
Medo de sofrer
E às vezes até da vida

Medo de fracassar
De perder
Medo do escuro
E até do entardecer

Ela vive olhando para os lados
A procura de uma mão pra segurar
Se sentindo até envergonhada
Por não querer deixar a vida passar

Ela canta
Ela pula
Ela ri

Mas tem medo
Muito medo de seguir

E diante os desafios dessa vida
Seu maior medo
É que ainda vivendo
Ela deixe de existir.

(Carol Gondim)



sábado, 8 de abril de 2017















Ah, mãe...
Que saudade do teu abraço
Do teu colo
E até do "arregaço"
Que vontade de abrir os olhos e te ver.
Essa coisa de mãe é mesmo indescritível
Como pode, mesmo tão longe
Entender o que sinto
E até pelo tom da voz
Perceber que há algo errado
Mesmo se finjo?
Mesmo distante
Posso sentir esse laço tão forte
Esse amor tão grande
Esse sentimento tão nobre.
O que eu mais queria agora
Era que você aparecesse nessa hora
E me dissesse: acabou a demora
"Vim te ver..."


(Carol Gondim)


quarta-feira, 22 de março de 2017


















Aquela que faz sorrir
Hoje perdeu seu sorriso
Em meio a tantos dilemas
Fez do pranto lugar preciso

Enfrentando a sua dor
De maneira mais amena
Quis esconder para não ser constrangedor
As suas presenças tão pequenas

Na tristeza em que se encontrou
E sem medo de correr riscos
Buscou então no amor
Tudo o que era preciso

(Carol Araújo)


segunda-feira, 6 de março de 2017














Florescer

Quando eu morrer
Não quero ser nome de rua
Estar famosa
Ou coisa alguma

O que eu queria mesmo
Era estar nas lembranças
Ter tocado corações
Levado um pouco de esperança, ver a vida renascer.

Quando não estiver mais aqui
Gostaria de ter pintado quadros
Plantado árvores
Encontrado algum significado

Eu queria mesmo era ficar na memória de alguém
Nas recordações queridas
Dessas repletas de vida
Que de vez em quando a gente tem.

Com a cabeça cheia de sonhos
Sentidos, versos, prazer, bem querer
Na emoção de uma canção
Descobrir e aprender

Ter estado em comunhão com a vida
Sorrisos largos
Amizades queridas
Simplesmente Florescer.

(Carol Araújo)




terça-feira, 25 de agosto de 2015




Não somos nada...
Nada além do que nossos sentidos podem nos tornar.
Não existe melhor, nem maior
Somos exatamente iguais.
Importantes, segundo a importância que nos dão.
Somos o carinho e amor que recebemos,
Somos o sorriso, que às vezes nem merecemos.
O olhar que nos acalma,
Que aquece a nossa alma.
Não existe menos importante,
Existe menos amor.
E é a falta de amor que nos torna insignificantes.
Mas quando existe amor
Quando esse amor toma conta da gente,
Um simples olhar é promessa
De termos um mundo inteiro pela frente.

(Carol Araújo)

domingo, 23 de agosto de 2015

Sobre a Solidão...




A Solidão, às vezes, é uma alternativa para o conhecimento de nós mesmos, o contato com o silêncio revelador.
Mas algumas vezes, a solidão se apresenta como um ácido que corrói nossa mente, aprisionando a alma, ameaçando a paz, nos deixando sem chão.

(Carol Araújo)